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Comer e amar.

  • Foto do escritor: Poeta dos Jardins
    Poeta dos Jardins
  • 29 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura

Grande parte dos encontros memoráveis são reencontros de lembranças com boa comida e com boa conversa, principalmente com o exercício digno de aprendizado do amor. Amar o que se faz e amar conviver é um exercício em vida que não pode ser narrado tão facilmente porque são elementos importantes e únicos, por assim descrever.

Comer é um ato necessário, porém tão celebrado quanto vital para poder denominar o que se chama de "saber viver". É com pessoas que gostamos e alimentos que nos permitem sentir desejos, que propositadamente criamos tempo e chamamos todo esse movimento de convívio. E a importância de conviver faz com que o autoconhecimento e o experimento do amor ocorra de uma forma fantástica.

Nos alimentamos de comidas que em vida significam lembranças e presenças, e como prioridade escreve que comer e amar é lembrar de pessoas que aprendi amar e já partiram desta vida, deixando seu legado em receitas, em cadernos envelhecidos e na memória sensitiva do cotidiano de sabores e cheiros. Comer e amar é saber conjugar qualquer atitude com tempero, com presença, com vontade de estar e simplesmente fazer acontecer. Assim como o fogo que transforma o alimento em uma panela em um elemento saboroso, dá mais sabor ainda estar com pessoas que aprendemos a reconhecer a transformação e a poesia no cotidiano e na lida de estar junto.

Comer as palavras, os sentidos, os gestos de gentileza, é também se alimentar de valores que só podem ser repassados quando degustamos atentamente as palavras que as outras pessoas nos oportunizam escutar. A presença e o encontro são fundamentos importantes para poder entender e diagnosticar o que realmente somos. Nesse sentido, o amor não pode ser traduzido apenas com um sabor ou jeito de de viver egoísta. Assim como os temperos são plurais, as transformações e experiências pessoais também são...

Amar, portanto, é entender muito mais que um verbo ou uma palavra. É uma atitude singular para consigo e para com o outro ou outra, no sentido que cada pessoas possui força suficiente para fazer acontecer na vida do outro, ou outra. E com esta satisfação de poder versar o cotidiano simples, é que o valor se torna nobre e essencial, porque só come quem sabe cozer com amor, e só ama, quem cozinha com o desejo e vontade de cultivar a felicidade mútua. Portanto, o amor na poesia tem seu grande laboratório em uma cozinha, e nesse sentido as imagens sobre o que se come não é que de fato vale! O que soma nesse processo é o aprendizado de estar preparando algo que se deseja, é estar conhecendo alguém que se admira, é estar atento ou atenta a necessidade de escutar a si mesmo nas pequenas atitudes. Como orienta a canção: - "E viveram felizes para sempre, eles estavam livres da perfeição que só fazia estragos". (Nando Reis).

Só permeia o coração o que é saboroso, o que adjetiva o sentido de prazer, de sentir se bem, confiante e principalmente em conjunto.

Só adentra ao coração quando também se dá valor ao calor e principalmente a temperatura certa em que o conforto está presente e o alimento está disposto.

Só adentra o coração quando se entende que a memória é espírito daquilo que fica no paladar porque carrega sabor material, prazer dos dias, mas a presença das pessoas.

A melhor forma de adentrar ao coração de qualquer pessoa, comendo e amando, é saber dar valor ao alimento de cada. Como alimentar o diálogo, a mesa partilhada e os valores de em conjunto fazer algo tão necessário valoroso.


Eis os versos:



"Não fazer questão de que amar é vivenciar  
e partilhar a vida, é fazer questão do ódio e torná-lo como opção de vida".
"Existe um grande espaço que separa o céu e a terra, 
o mar 
e o ar, 
o homem 
e o animal, 
o bem e o mal, 
o certo e o errado, 
e a loucura é a única certeza que temos e podemos usar para aproximar todas as coisas 
entre o medo e a aventura da vida".
de sabores...
"Entre os dilemas e os problemas 
eu prefiro criticar a polêmica sobre todas as coisas".
"O meu sonho é repetido, porém nunca semelhante".


 
 
 

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