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Estimular leituras.

  • Foto do escritor: Poeta dos Jardins
    Poeta dos Jardins
  • 13 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de jul. de 2020

     No lugar de escritor e professor este texto quer refletir algumas posturas de encontro aos anseios de descobertas. Estimular leitura também é uma arte, porém uma pratica reservada a poucas pessoas, justamente por dois fatores: o acesso a uma educação que possibilite a prática da leitura como algo prazeroso e as políticas e fomentos de inserção das pessoas nos ambientes culturais e de valorização da criatividade.

      Nesse sentido o estimular aqui colocado no plural faz referência também aquilo que vai além das palavras e que se contrasta com o desafio do que se enfrenta no cotidiano. Com a ausência de leitura do mundo e da própria forma de fazer justiça, as pessoas muitas vezes não tem acesso a realizar amparo para as próprias escolhas e sonhos justamente por que estão mais próximas aos comportamentos visto que as leis aprovadas, ou até condutas permitidas.

Estimular leituras neste tempo também é entender que há processos a serem desconstruídos pelas imagens e convicções formadas e que não estão escritas na vida das pessoas, nesse sentido cabe salientar que não há remédio que cure a ignorância e a negação daquilo que é lido e entendido como ciência, justiça e até solidariedade.

     Há um processo vigente nas redes sociais que eu denomino de tirania da ignorância e justamente por pensar nestas palavras é que me senti motivado em escrever estas palavras. Portanto, sem citar as leituras e referências teóricas que me acompanham no árduo trabalho de incentivar as leituras. Compreendo que um processo de busca pelo conhecimento é necessário para preencher algumas lacunas que são explícitas nas redes sociais, por que quando as pessoas expõem suas preferencias políticas se colocam como defensores apaixonados por times de futebol e religiosidades. Assim a máxima que não se discute política, religião e futebol não é inteligível, justamente por que tudo pode ser fonte de curiosidade e perspicácia para se compreender e se dialogar.

Estimular leituras não significa ser detentor de verdades e da mesma maneira escrever é um exercício promovido pela leitura e sensibilidade de mundo. Por isso, é preciso incentivar as leituras das leis que organizam as condutas, bem como aquilo que escolhemos para a vida. As leis escritas não são medicamentos para a sociedade, mas como expressa Caio Tácito: "Pela debilidade da natureza humana, os remédios são sempre mais lentos que os males". O que significa dizer que muitas escolhas na humanidade de não incentivo ao conhecimento de si e o que o cerca transforma oportunidades de solução em barreiras definidas pela própria pessoa.

      É poesia também incentivar as diversas leituras pela justificativa importante de que com reflexão não se determinam atitudes violentas e de supressão. A reflexão como atitude humana é um caminho específico para o diálogo, dentre tantos caminhos que podem chegar a este exercício e prática. Fazer versos que expressem minha leitura de mundo é uma prova que não há genialidade em escrever sobre a vida, o que existe é um nível e prática de sensibilidade capaz de traduzir em palavras aquilo que é visto, lido, escutado e aí por diante. Neste caminho o senso crítico também é resultado destes estímulos justamente porque algumas pessoas expressam sem ler e encaminham para o imaginário coletivo a própria criatividade e não a análise do que está querendo ser expresso. É o caso de líderes religiosos que invés de estimular as leituras, as proíbem, justamente para que haja uma manipulação no modo como a pessoa reflete e entende o mundo em que vive.

       William Pitt escreve em uma frase como se dá a tirania e as palavras ditas e escritas são muitas vezes lidas como leis e regras, as coisas que são ditas funcionam nas relações humanas a partir do ponto como as pessoas aprenderam a escutá-las. E aqui não trato do idioma específico, mas do processo simbólico que é amplamente debatido por cientistas que verificam nas relações cotidianas as tiranias nas relações. A lei é suprimida justamente quando não há estímulo de leitura, mas quando se obriga e define palavras como verdades únicas e individuais em detrimento de uma imensa oportunidade de descobertas e redefinições. A supressão de leis tem como principio o discurso ou narrativa que aponta o dedo em busca de um único inimigo no sentido de usar mais adjetivos na leitura de mundo do que compreender a própria função dos verbos neste contexto.

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Por isso, "a palavra futuro é uma palavra em decadência" (Octávio Paz), e esta frase aparece aqui justamente pelo fator que toma este termo temporal na vida das pessoas e instrumentalizada em prol de um sentido único e tirano.

Futuro não está ligado na iniciativa de descobrir e construir modelos tecnológicos, mas apenas consumi-los para desenvolver obrigações. A humanidade é consumidora de prazeres tecnológicos, mas não é estimulada a refletir o que escreve e se torna tirana, julgando de forma desmedida as coisas.

O futuro que é uma palavra temporal que condiciona a leitura de construção, deve ser desconstruído do processo simbólico dominado pelo quebra cabeça de valores e cifras que fabricam a ignorância.

Eis os versos:



"Antes de tentar conquistar o mundo, 
tente conquistar você mesmo".
Parado e distante da realidade 
é que se encontra o mundo da fantasia 
e se brica com os sonhos mais belos, 

porém temos que andar, 
pois é preciso estar perto de você 
para não sonhar mais. 
Porque esta brincadeira 
que me faz chorar 
se chama você.

 
 
 

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