Por que se forjam as leis.
- Poeta dos Jardins
- 19 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Em primeiro lugar não quero escrever sobre as regras de conduta que devem nortear minhas palavras, porque estas são um sopro do universo que ainda tento decifrar. E boa parte do que escrevo, persiste em continuar um propósito de publicar as palavras que sem necessitar de muitas regras se esvaem por aí, como um pássaro que permite carregar boas mensagens. É novidade para qualquer leitor que as regras da comunicação não devem ser seguidas, mas é por aqui que inicio minha linha de raciocínio. Porque ao forjar as leis se recebe a crescente percepção de olhar para si mesmo e perceber o quanto de fato é necessário seguir regras ou cultivas a si mesmo.
Neste instante, as leis são instrumentos norteadores de condutas, mas o poeta não quer saber lá muito da conduta porque está encantado com a forma real que as pessoas expressam suas verdades e traduzem seus desejos e sentimentos. Nesse sentido, a capacidade de poder forjar as leis, não significa transgredí-las, mas ao instante em que a essência faz parte da vida humana, se permite esquecer de tais regras para poder viver sua mais sincera verdade. E escrevo isso com a capacidade de julgar que ninguém lerá esse parágrafo ou me indagará por estas palavras poéticas por aquilo que sou.
Então, porque se forjam as leis... é porque no universo dos versos a pessoa é capaz de versar a si mesma sem a necessidade de seguir condutas regradas e orientações morais que abafem sua verdadeira necessidade de ser e estar no mundo. Explicando de forma mais clara, algumas crenças e razões vão dialogar sobre o livre arbítrio, mas não escrevo necessitando de um árbitro para que o sentimento seja vivido e compreendido na sua mais empreendedora essência. Assim, a liberdade por si, e a capacidade de cultivar a humildade fazem com que as regras sejam esquecidas e não sejam colocadas em primeira perspectiva quando há um olhar permeado por valores e por vontades que são genuínas. E assim, por dizer e arriscar a compreender enquanto elementos políticos da própria vontade de ser e estar. No teatro cotidiano da vida em sociedade e daquilo que as pessoas costumeiramente constroem sobre aquilo que somos segue a oração deste grande pensador e escritor: - "Considerando nossa fraqueza os senhores forjaram suas leis, para nos escravizar. As leis não são mais respeitadas considerando que não queremos mais ser escravos, considerando que os senhores nos ameaçam, com fuzis e canhões, nós decidimos: de agora em diante temeremos mais a miséria que a morte". (Bertold Brecht)

Há um mundo paupérrimo de solidariedade, sensibilidade, leitura e compreensão das coisas. E o que me resta como pobre embaralhador das palavras é usar a poesia para alertar politicamente que as leis são esquecidas no cotidiano, porque a informação e a arte de certo modo favorecem uma força anestésica que inibe a humanidade de sentir se parte de espaço decisórios.
A crueldade das pessoas insensíveis ao que versa dentro de cada ser, faz com que a construção cotidiana de elementos imorais adentre uma ideologia capaz de sufocar a necessidade das doutrinas mais íntimas, e realizando nos desejos mais reais uma prisão assolada pela capacidade humana de brincar com os sonhos e sentimentos das pessoas. Por isso, forjar as leis significa esquecer estas leis que permitem as pessoas ocultar umas as outras na sua própria essência. Forjam-se as leis por causa das vontades individuais frente ao desejo coletivo da justiça, mas não é todo coletivo que está consciente dos versos que permeiam suas verdades.
Aqui não há verdade absoluta...
há vontade para refletir os versos....
"Buscai primeiro o reino e a paz de espírito que se une em Deus, pois se a justiça será apresentada, ela é verdadeira como um sorriso e contemplativa como os sonhos de quando era criança",
"Lembra que teus passos são origens e marca passos do que a sua história pode revelar a outros passos que se julgam perdidos ou encontrados".
"Daqui a pouco a morte vem e com ela a minha paz, a primeira coisa que lutarei a partir de hoje é pela minha morte, pois só assim serei feliz".
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