Valorizar o plantio dos sabores e dos saberes

Poeta dos Jardins
18 de nov. de 2019
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As palavras são colocadas e escritas quando iniciamos o aprendizado daquilo que é mais simples. Possivelmente a simplicidade desencadeia significados dos quais nenhum dicionário é capaz de traduzir. E as palavras que são ditas no cotidiano ganham significados repletos de valores que refletem muitos significados equivocados. Assim as coisas que aprendemos a comer e também a cultivar em nosso dia a dia são frutos da força de trabalho das pessoas.

As pessoas traduzem em seus gestos aquilo que mais sentem de genuíno e os poetas aprendem isso com o tempo. Escrever é um despertar de sentidos para as mais diversas palavras, assim como a representação daquilo que significa a simplicidade e sensibilidade do dia a dia.

As pessoas que plantam (exceto a agroindústria/latifundiário) prescrevem poucas teorias e muita prática para que a ação seja efetiva. Assim o cuidado com as estações, o tempo e a observação do cultivo do solo e das plantas faz com que o alimento tenha valor e também qualidade. Assim como o plantio do sabores exige qualidade os saberes também exibem qualidade quando escritos com cuidado.

Cuidar com o alimento na mesa e com as palavras na referência é possuir sabedoria para possuir um bom campo e construir um lar com liberdade. Por isso, a forma da justiça se escreve com atenção aos contínuos recomeços feitos por aqueles que com simplicidade cultivam a felicidade e a força de semear sempre. Exceto os exploradores dos alimentos e a indústria das palavras, não precisamos estocar sabores e saberes, mas partilhar com qualidade para com as pessoas significativas em nossas vidas. Capinan descreve esse percurso que é determinado pela forma como o fruto das mãos e arte nas mãos expressam no cotidiano das disputas vitais.